O SENHOR DAS CRÔNICAS (ATUALIZADO)

O SENHOR DAS CRÔNICAS (ATUALIZADO)
"Seu conceito sobre literatura"

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A SAUDADE QUE EU SINTO

A saudade é um abismo
Longe de todo o amor
Caem pessoas,o otimismo
Traz angustia,medo e dor


É o medo que sentimos
Quando há muito tempo longe
E não perdoa a saudade
A qual todo coração invade


Não adianta dizer que não
Pois cada um de nós sente
Saudades de quem se foi
Saudades de muita gente


E quando a saudade estiver por perto
E eu não estiver com você
Não fique neste deserto
Que eu vou te socorrer


Saudade de quem amamos
Saudade de quem queremos
A saudade é o que difere
O ficar do ficamos


E saudade é tudo isso
É o sofrimento posto em pauta
Quando a saudade voltar
Sentirei a tua falta

sábado, 28 de novembro de 2009

O FRIO DA NOITE

Em minha terra
Claro,o escuro gela a mente
Fazes de tudo uma guerra
Fazes o meu poente


No frio da noite
Sinto que seu espírito não habita o meu sofá
Daiana,não temas a noite
Serás inércia mesmo sem poder chegar


E o poder que a ti ofereci
De ir e vir e o hábito arrastar
Não te esqueças o que prometi
Tirar-te-ei de sua abstinência,e a levarei ao altar


Dos Deuses
Dos Deuses herdei este costume
Que voltes aos Deuses
Ou jamais me toques com o teu perfume


Pensas que não sinto?
Sinto em dobro a tua falta
Se não me falha a memória,minto
Não sinto o toque de tu mão,à cruz alta.

NADA MAIS FAZ SENTIDO

Nada mais faz sentido
Nada mais interessa
Nunca fui incumbido
De fazer sala à pressa



Nem a perfeição poliu
O que de mais forte vejo
Que com a pressa esvaiu
E cumpriu seu último desejo



Como uma haste de ferro
Nenhum sentido faz a vida
O dinheiro,caro,berro
Ao sentido que não faz a velha esquecida



Esqueço até a cerimônia
Quando cai em minha alma a reza
Consumir com parcimônia
É tudo que a vida preza



Sem vergonha
Sem sentido
A morte morre medonho
E o silêncio é esquecido


Nada mais voa tão longe
Como em minha infância
Tudo agora é uma falange
De toda a ganância




Não penso como pensava
Não creio que viva muito
Mas o segundo em que atirava
Não errara a flecha,sem nenhum intuito


Ages enquanto podes
Um dia irás saber do que falo
Abrace teu filho e seus anjos pobres
Para que depois não desça no ralo
Tua esperança!

LUA

Lua como posso ser sucinto
Se quando eu vou falar
E até mesmo a caminhar
Tua presença eu sinto?

Como me ver livre deste caso?
Se o que eu quero,em verdade
É mascarar a saudade
A qual faço descaso


Pense e não peça como amigo
Se as noites sem você são feias
Abraço meus sangue com as veias
E não te ter é o meu maior castigo


Não entendo o que fiz
Se meu erro é você
Eu prefiro te querer
E errar sendo feliz

Sei que isto é improviso
Pois não vejo por onde começar
Se Deus queria nos juntar
Por que desfez o paraíso?

São essas idéias que discuto
Não desistirei jamais
E mesmo que não me queira mais
Por você ainda luto

Meu ideal é o mais seguro
E tu me deste a felicidade
Da Lua tenho saudade
Que ilumina meu escuro!

CLARA

Onde escondeste a receita de tal forma?
Na aurora boreal está impressa suas cores
Clara,seu segredo é secreto como as flores
E ao seu redor em gelo o mar não se transforma


Creio que a vida seja mais do que olhar
E de amar,e de sofrer,e de sorrir
E,neste caso,a devo argüir
Com quantas rosas posso conquistar?


E dentre as rosas era a mais cotada
E dentre as flores sempre era a mais bela
O mato verde e de cor amarela
O caminhar de uma breve enxurrada
[Em minha janela...]


O mato jamais perdoa o que faz com seu manto
E um lírio expresso em seus lábios
No entanto,imóvel,chora rodeado
De males plantas seus olhos de canto
[Em eterno pranto e agoniados...]

DE ONDE COMEÇAR?

De onde começar?
Se seus olhos já posso ver
Como não te falar
Que o meu querer não é poder?



Receptar as glórias?
Derramar fora as tristezas?
Vou separar as histórias
E ficar com as incertezas



De onde começar?
Devagar ou mesmo vacilante?
Pára onde vou parar
Ou melhor,pare adiante.



Que eu posso Entrelaçar?
Os laços ou as fivelas?
Ou mesmo farei passar
Teu dedo por uma vela



Por onde a vela passar?
Se de cera é feita a dita
Será que vou poder criar
Uma bendita e maldita?



Que eu devo renegar?
Um amigo ou um passarinho?
Ou ver-te aconchegar
Meu amor em teu espinho



Por onde devo passar?
Pelas trevas ou pela luz?
Se por linhas tortas chegar
Qual caminho é o da cruz?



Devo ou não devo passar?
Devo ou não devo cair?
Se fácil farei voar
E fácil, irei partir?



Quão verdade é o mar?
Quão veemente é a cor?
Dentre as rosas escalpelar
Com as mãos sujas de dor



De onde começar?
De onde tudo acabou?
De onde irá terminar?
Da ira ou do amor?

A VIDA EM UM BEIJO

Da-me um beijo
Que minha vida já o pertence
E sem o desejo
Era o que eu adorava,juro,que pense

Só um beijo
E nem mais uma palavra
Mesmo que precise calar-te,eu vejo
Que com tua boca sonhava

Um beijo
Além de mudar o tempo,modificar emoções
Um beijo de azulejo
Frio e sem quaisquer emoções

Exatamente um beijo
Nada mais que isso
Um beijo e eu a beijo
Para não ficar omisso
[ao desejo!]

A LUA DO ECLIPSE

A lua de quatro fases
É a lua de eclipse
Que contra suas vontades
Tem a forma de elipse


E quando a noite chega
Com ela traz a essência
E traceja
Uma luz que dispara à inocência


Lua...
O eclipse torna-se tão obscuro
Quando o olho da rua
Sinto como se separado por um muro


Lua...
Em meu peito o coração rebate
E a cada eclipse que passa na rua
Cada minuto é um imenso debate


Sobre as fases da lua
Se ela mantém-se por inteira
Qual das fases tua
Seria a fase verdadeira?

A FÚRIA DA LUA

Quando tudo acabar
E olhar para o céu
Lembrarei de como o mar
Foi seu castigo cruel


A lua que seduziu
A lua não foi sincera
E mostra o que conseguiu
Ao lançar o mar à fera


Seu castigo será Fútil
Será um imenso escarmento
Derramará sangue inútil
Sem expelir qualquer lamento


Foi-se embora sua luz
E suas trevas a habitaram
E sobre a lua,o sol eu pus
E os crentes a esqueceram


Enfim,levantou-se
Em um mar de eterno brilho
O fogo a vida lhe trouxe
E a ele causou empecilho


Lua,quando de novo dormir
Sonhará com seu castigo
E lembrará de um amigo
Que todas as noites sonha contigo
Sonha em como a lua é perfeita
E que um castigo não é capaz de enfrentar
Sua fúria de deusa imperfeita
Capaz de acertar e errar


Sei que nada serviu
Para essa lição aprender
A lua de novo saiu
E por motivo nenhum voltou a esquecer


O quanto carreguei-a nos braços
E o peso da lua eu vi
Enquanto estava em pedaços
Em seus olhos,as lágrimas,li


Eu a amei como mais ninguém
E por isso ela brilha na rima
E por ela continuarei sonhando ao além
Enquanto me olha lá de cima...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SEGUNDA FEIRA DE DOR

.Hoje eu vi o indescritível mas vou tentar descrever o que vi por meio de palavras curtas.Vi um homem fracassar mais do que vencer;Vi um homem andar mais do que correr;Vi um homem perder mais do que ganhar.
.Trata-se do homem.Não é o pobre homem,mas é um homem.Um homem em busca de carinho e o seu lugar com certeza não é esperando por aquela que lhe faz sofrer.O justo seria abandona-la.Seu pensamento não permite e ele terá de conviver com o espectro de sua amada.
.Ela aceitou a maldita mão do homem de cabelo grande.Aqueles cabelos seriam mais encantadores que palavras?Aquele homem...Quem seria aquele homem?Com certeza não seria o meu inimigo.Seria mesmo o concorrente.
.Não digo meu de meu mesmo não.Digo meu pois o homem é meu amigo e,como seu aconselhador,devo alerta-lo sobre vários recursos usados pelos concorrentes.
.Não importava o concorrente.Ela estava linda e continuaria linda perto de quem fosse.Estava com um vestido estampado e novamente deixou o pobre rapaz na mão.Ela era uma boa menina,independente do amor que sentia por ela(ele).
.Queria morrer.Foi para casa com um sentimento engasgado em sua garganta.Era o amor que sentia por ela(ele).Era um amor incomparável.Um amor supremo ao que sentira por Deborah.
.Ela aceitou a maldita carona e,por fim,os ciúmes vieram à tona.

O SÁBADO SANGRENTO

.Ela chegou atrasada para as aulas.Geralmente chega todos os dias mas hoje foi um dia especial.Foi sábado.Ela chegou,pelo menos quando eu vi,e sentou-se nas mesinhas perto da lanchonete.Pensativa,mas sentou.Todos os seus amigos a rodeavam.
.O garoto chegou-se depois e nada dela falar com ele.E como suou para obter um simples “OI,Mano”.Lutou.O importante é que ele nunca desistiu e nunca desistirá.Ela falava com suas colegas,falava com seus colegas e esquecia dele.Talvez,propositalmente para que notasse sua falta;Ou mesmo poderia ser distraída.
.Vi quando ele sentou na primeira carteira da aula de história.Ela estava no meio da sala,tecnicamente no meio,espreitando de uma posição privilegiada.Fitando com tamanha atenção que nem o olhar do rapaz fora percebido.Um olhar sorrateiro,indolor.
.Na hora de sair da escola,foram até a mesa da lanchonete e ela não estava lá.Eu vi a cara que o garoto fez.Ela havia saído.Por sorte,retornara mais tarde e foram embora juntos.Ele teria de abandona-la um sinal antes do shopping center,mas seu coração a continuou seguindo,e protegendo os seus passos.

SÁBADO SANGRENTO

.Ela chegou atrasada para as aulas.Geralmente chega todos os dias mas hoje foi um dia especial.Foi sábado.Ela chegou,pelo menos quando eu vi,e sentou-se nas mesinhas perto da lanchonete.Pensativa,mas sentou.Todos os seus amigos a rodeavam.
.O garoto chegou-se depois e nada dela falar com ele.E como suou para obter um simples “OI,Mano”.Lutou.O importante é que ele nunca desistiu e nunca desistirá.Ela falava com suas colegas,falava com seus colegas e esquecia dele.Talvez,propositalmente para que notasse sua falta;Ou mesmo poderia ser distraída.
.Vi quando ele sentou na primeira carteira da aula de história.Ela estava no meio da sala,tecnicamente no meio,espreitando de uma posição privilegiada.Fitando com tamanha atenção que nem o olhar do rapaz fora percebido.Um olhar sorrateiro,indolor.
.Na hora de sair da escola,foram até a mesa da lanchonete e ela não estava lá.Eu vi a cara que o garoto fez.Ela havia saído.Por sorte,retornara mais tarde e foram embora juntos.Ele teria de abandona-la um sinal antes do shopping center,mas seu coração a continuou seguindo,e protegendo os seus passos.

ÚLTIMA CHAMADA

.Demos apenas um tempo.Não desistiremos tão fácil.Já que a raiz sustenta o caule,nós sustentamos um ao outro.Sustentar?Sim,sustentar tudo o que vivemos.Nunca é tarde para recomeçar,assim como a árvore vive quinhentos anos ou até mesmo mil anos,viveremos para sempre eternizados neste caule.
.Além de tudo o que queria te dizer,que fique bem claro que amo cada parte do seu corpo como um quebra-cabeças.Se uma parte falta,nada está por inteiro.Como nada é perfeito,o quebra-cabeças de seu corpo está incompleto.Falta só uma peça:EU.
.Não negue o que sente por mim que sei o que você pensa sobre o meu jeito de ser e se escrevo,lamento faze-lo.Só o faço quando estou triste,ou mesmo quando estou em uma amargura sem fim.Esta é a situação em que meu coração se encontra e para cura-lo nem uma desculpa existe.Está condenado aos desastres da vida.Está condenado ao suicídio.
.Ao desfiladeiro minha vida chegou.Não quero ser um mártir e ser esquecido pelo seu coração.Te amo e nunca disse isto com tanta firmeza como o digo.Não sei o que me jogou nos teus braços brancos,só sei que foi uma força tão grande capaz de acertar um coração forte.Não são todos os dias capazes de resumir o que estou sentindo.Tudo o que vivi,trocaria pelos segundos que toquei tuas mãos.
.Esta será minha última chamada para o meu lado,minha garota.Quero que veja o que está escolhendo e que não se traga ao outro lado por falta de consciência na hora em que uma voz pesar teus ouvidos e chamar bem alto teu nome,pois o louco não é capaz de consumir todas as suas loucuras em um só dia.
.Tamanha mágoa afundou meu coração e uma leve lágrima escorreu de meus olhos quando disse estar feliz.Estar feliz sem a sua sombra.Que seja feliz para todos os dias.Te amo.

SEU NÃO DOUTOR FLÁVIO

.Logo que chegou ao condomínio foi aplaudido por todos.Mal saía de casa e por esse motivo não era notado mais no prédio.O único miserável que olhava para ele era Guedes,o porteiro.Cheio de “bom dia,seu Flávio!”.Que sujeitinho folgado.
.Pensava até em se mudar,tamanha a antipatia dos vizinhos.Bando de causadores de intrigas!Mal habitou a selva já foi atirado ao covil dos leões.Sentiu-se traído pelos próprios condôminos ao saber que o lixo fora depositado em frente ao seu lugar,na garagem.Resolveu então chamar a síndica.
.E que síndica.Dona Marcela,sempre prestativa e suave com todos que ali haviam.Até Guedes era tratado como gente,mesmo não merecendo ser tratado como tal na versão de Flávio.Dona Marcela chegou-se para o reclamante e suavemente,resolveu falar:
-Pois não,dr.Flávio?
.Está aí uma coisa que Flávio gostou de ouvir.Doutor Flávio.Escutava todos os dias no escritório um “Por gentileza,Doutor Flávio”.Ou quem sabe um “Desculpe-me,doutor”.E Guedes,aquele animal pensante,o chamava de “seu”.Dona Marcela havia ganhado pontos de destaque na vida do infeliz médico.Tais pontos foram cruciais para o esquecimento da reclamação.
.-Encomenda para o senhor,seu Flávio!
-Doutor Flávio.
.Guedes não sabia a diferença entre doutor e senhor.Na sua terra doutor era senhor e senhor era doutor.Seu Flávio,sendo sempre rigoroso,passou a chama-lo de lixo.Só lhe coube processar o doutor.
.Nos tribunais,eram iguais independente de salários e vícios.Seriam tratados como civis.Mesmo que não soubesse o que significava civil,Guedes achou ser uma coisa boa.O juiz chega e todos se levantam.Por azar,o juiz era um ex-amigo de Flávio:
-Senta aí,Flavão!
.E foi desmoralizado na frente do lixo.

A FÁBRICA DE LETRAS 2

.Que lástima para os irmãos Ema.Não conseguiram vender a fábrica.Cem anos passaram-se e O Acento está em liberdade.Está atacando todos os habitantes do planeta Gramática.Toda a polícia da gramática está atrás desse criminoso.
.-Ei,psiu.Hia.
-Meu amor!
-Xiiiii.Não posso ser visto.Estou sendo procurado por colocar de volta o acento em idéia.
-Oh,não.
-Você tem que me esconder.Oh,não,lá vem eles.
.Os guardas aproximaram-se de Hia To Raro para averiguar alguns problemas:
-Bom dia,senhor.
-Bom dia,seu guarda.
-Estamos procurando esse rapaz aqui;Alguma notícia sobre ele?
-Na-não.
-Algo que queira nos contar?
-Não,senhor.
-Se o vir,comunique ao agente Título.Ele consegue denominar qualquer coisa!
-Pode deixar.
.O Acento,vendo os agentes irem embora,logo escondeu-se em um dos filhos de Hia To Raro:Vóo.Todos viram como o menino ficou constrangido por levar O Acento no seu primeiro “o”.
.Prenderam O Acento em flagrante.
.Foi concedida uma entrevista com O Acento:
-Bom dia,como é seu nome?
-O Acento Agudo.
-Quantos anos?
-Não sei ao certo.Acho que mais de mil.Muito mais.
-Local de nascimento?
-Grécia.Acho.
-Você não sabe de nada,filho?
-Não.Eu estou preso injustamente.Eu só queria acentuar as coisas para ficarem mais fortes.
-Entendo.Vamos conversar com o sr.Alf A´beto,uma testemunha e delegado do caso O Acento.
.O delegado logo fez pose e começou a sorrir:
-Bom dia,sr.A´beto.
-Bom dia.
-O que,exatamente,o réu cometeu?
-Ele foi preso por adulteração indevida de uma palavra inventada e patenteada pelo papaizinho aqui.
-Hum.De quanto tempo é a pena?
-Perpétua.Não tem pena mínima neste caso.Ele vai cumprir a pena em um centro de tortura bem conhecido:A boca do presidente.
-Não é demais?Nunca ninguém voltou sem deformações da boca do presidente.
-Relaxe você.
.O Acento agora aprenderia uma lição.Ou não.O fato é que o delegado o condenou a permanecer por toda a vida no diário do presidente.Nunca mais O Acento foi visto.

A FÁBRICA DE LETRAS

.A fábrica de letras ficava no planeta da Gramática.Seu dono sempre foi a família Ema.Os irmãos Fon Ema e Morf Ema eram seus donos.E donos muito dedicados.Dedicados até demais.De vez em quando promoviam os funcionários.Eram eles:Ortho Grafia,Sin Taxe,Caco Fonia,Pleo Nasmo e,este era o principal pois seu nome era idêntico a um dos donos:Morf O´logia.
.Morf O´logia começou cuidando da máquina de fazer substantivos.Com uns anos de experiência,foi incumbido de cuidar da máquina de adjetivos também.Ortho Grafia era o que cuidava da máquina central:O fazedor de letras.Sin Taxe era o segurança da fábrica.Cuidava de todos os sujeitos.Só aceitava sujeitos compostos e sujeitos simples.Não gostava de humilhações.Caco Fonia era o coordenador da máquina de trocadilhos,sendo quase todos infelizes.
.Pleo Nasmo era mecânico e cuidava das máquinas quebradas.Fon Ema só falava e Morf Ema não saía do sofá da sua casa.
.Um certo dia,tudo desandou na fábrica.As máquinas quebraram simultaneamente.Descobriram um problema de analfabetismo no sistema.Um problema difícil de resolver.Ortho Grafia,o gerente do negócio,tratou de consertar uma por uma.
.Uma vez felizes,Fon Ema e Morf Ema resolveram agradecer o cuidado de Ortho,que mesmo com algumas mudanças de configuração anexadas,fora um elemento crucial para a fábrica.Recebeu o título de Nova.
.Uns anos depois do título,insatisfeitos com a idéia,um rapaz japonês chamado Hia To Raro,revoltou-se com o título e resolveu lutar pelo seu grande amor:O Acento.O Acento estava preso na penitenciária Aurélio 2005 e condenado a uns mil anos de prisão.
.Tentou comprar a fábrica várias vezes.Nenhuma foi bem sucedida e a fábrica produzia como nunca.Os lucros estavam sendo máximos.Até a chegada de três irmãs,também revoltadas com a idéia:Ox ítona,Parox ítona e Proparox ítona.As três irmãs reuniram-se com o senhor Hia To Raro,a fim de conseguirem um final para essa história.
.Preocupados com esses quatro problemas,Fon Ema e Morf Ema resolveram vender a fábrica de letras para um órgão público chamado Academia Brasileira de Letras.Revoltados,os quatro resolveram pedir ajuda ao engenheiro da fábrica: O senhor Alf A´beto.
.-Nada posso fazer contra esse conjunto.
-O senhor tem que nos ajudar,seu Alf
-Não posso.Arquitetei aquela fábrica e a vendi para os irmãos Ema.
-O que faremos?O Acento está preso.
-Temos de aceitar.Tudo culpa de Ortho.
.Um dia,quem sabe,o acento ganhe um Habeas corpus.

MULHER DE FERRO

.Veja como ela é doce.Acredite ou não ela é doce e encanta aos olhos que lhe perseguem.Doce,sim.Doce e límpida ao olhar de todos os seus seguidores.Lacaios esses que desferem golpes de impureza em seus sentimentos,matando os agentes causadores da doença e do medo.
.Aos demais foi entregue o ar que ela respira e aos imundos que a rodeiam,foi entregue seu ódio e sua ira,gerando uma grande inveja aos olhos dos que a traem.Toma então,por ti,todas as culpas referentes ao agrotóxico que é liberado no ato de tua respiração.
.Regra ela e rege um silêncio pecaminoso ao seu lado de vida.Pensa ela como deveriam ser as flores num mundo tão rebelde e nazista.Como devem ser os seres em um mundo de intrigas e amores corrompidos?Deve ser fiel aos seus hábitos.
.Agora veja como ela olha para e você e lança seu infernal perfume de escória e pressão.Saia daqui - Diz sua vista-Nada tenho a lhe dizer senão vá embora.E reverencia todos aos deuses de seu vestido.Quão forte será essa mulher,mulher de ferro.

A DESORDENADA ÉPOCA

.Aqui estou de novo para falar de amor e das coisas lindas que ele traz.O homem mais apaixonado deste mundo falando sobre o bem que o amor faz.Bem,vejo que muitas pessoas dizem entender bem o amor mas nunca se julgam capazes de vive-lo.
.Julgam-se capazes de aprende-lo e de firma-lo como um sentimento profundo.Não entendo essa afirmação de sentimento profundo.Vamos ver.Se é um sentimento profundo,como ninguém jamais falou sua correta profundidade?Porque não existe amor profundo e nem amor raso.O amor pode ser maleável e reversível,vendo as pessoas que o usam.
.O amor é jovem e por isso ainda comete falhas.Tudo é controlado pelo tal,seguindo as regras de uma fábrica.Acontece quando sentimos leves pontadas no coração ou o mesmo acelera.Quando as leves pontadas vêm,é porque estou triste e desiludido.Quando as repetições de batimentos vêm,é porque estou seguro de como levar a situação.
.Do que vale amar uma pessoa?Do que vale amar alguém tão especial que você não conseguiria tentar sequer amar?Vale a vida.Pois,senti essa mesma coisa.As pontadas no coração me atacam agora que sei o quanto estou desiludido com o amor.Agora que sei que tudo o que eu acreditava era uma grande incerteza,choro.
.É um choro ao qual não posso atribuir motivos.Apenas choro.E penso muito em sua figura,em seus gestos.Se justo é o amor,por que tanta injustiça comete o coração?A resposta,só o teu te fornece.

OITO MIL CRUZEIROS

Eu sempre fui abandonado. Nunca tive família e ao sentir fome,tive de recorrer às casas de apoio.Como se não bastasse tal humilhação,sofria com as crianças ricas me batendo.Até que em um belo dia,um casal adotou-me.
Ele era banqueiro e ela, juíza. De fome eu não morreria. Compraram-me roupas, sapatos. Tudo o que um bom filho precisava. De nada adiantou. Passavam o dia fora de casa e quando chegava, eu já estava dormindo.
Quando fiz treze anos de idade, cometi minha primeira idiotice: Fugi deixando um rombo de oito mil cruzeiros. Eu era jovem, pensava que a vida seria simples. Os oito mil cruzeiros mudaram-me a vida. Comprei uma passagem para New York city, precisamente para a Wall Street.
Vivia de esmolas na bolsa de valores. Um empresário inglês, percebendo minha freqüência naquele local, lançou-me um olhar e disse: ”You drive me crazy!”. Só vinte e três anos depois descobriram que ele era homossexual e que a frase significava: ”Você me deixa doido!”.
As semanas em New York passavam-se rápido. Por volta da quinta semana na bolsa, uma mulher de uns vinte e cinco ou vinte e seis anos, convidou-me para morar junto a ela. Aceitei no ato e passamos a dividir um belo “flat” em Miami. Eu não duraria muito em Miami não fosse um erro no sistema do banco, até hoje não descoberto. Todas as vezes que eu sacava oito mil cruzeiros, o banco depositava mais oito mil cruzeiros na minha conta bancária.
Comecei a sacar, desesperadamente, oito mil dólares semanais. Com treze anos, comprei mansões e carros. Fui considerado o homem mais rico de Miami em 1997. A garota com quem eu estava morando, casou-se comigo e fomos para a Espanha. Seu nome era Hana.
Passei os três mais belos anos de minha vida em Madrid. Agora os oito mil dólares pareciam uma droga. Eu sacava todos os dias. Tinha dezesseis anose ganhava uns quinze mil dólares mensais. Hana mudou-se para Londres após uma discussão. Não sabia eu que ela já carregava um filho meu em seu ventre.
Mudei de endereço milhares de vezes. Agora chegavam cartas do banqueiro e da juíza perguntando como eu estava. Nunca foram respondidas. Um dia, andando em uma moto, caí e perdi o movimento das pernas para sempre. Logo eu, que gozava dos meus vinte e dois anos.
Saiu em todos os jornais de Madrid a notícia do meu acidente. Vendi tudo o que eu tinha e voltei para o Brasil. Lá, encontrei o banqueiro. Estava triste.Havia separado-se da juíza.Perguntei o motivo da separação e ele disse:
-Foram oito mil dólares que eu mandava mensalmente para o meu filho!
Depois disso,eu o abracei.

PESSOAS NÃO SÃO PESSOAS

Sempre eu achava que esse negócio de mensageiro da morte não existia até conhecer uma pessoa crucial para confirmar tal afirmação.Pior do que um demônio.Há pessoas nesse mundo que se assemelham aos comensais da morte e são elas os verdadeiros carrascos da vida.
.Pessoas que matam e pessoas que morrem;Pessoas que só querem viver suas vidinhas medíocres a troco de quaisquer dinheiro que lhes venha a cair na conta corrente.Buracos do capitalismo capaz de afundar seus próximos em um poço de lava da maldade.A pior lava é a lava da maldade.
.A lava da maldade queima nossa alma e priva nosso corpo.É a maior desgraça que pode acontecer aos meus e aos seus.As pessoas não sabem subir com seus próprios pés e, o que mais me dói,é que mesmo sendo uma boa pessoa,ainda sou uma pessoa.
.Lavam dinheiro e cometem crimes em prol de seus próprios interesses.Lixos de interesses.Nessa vida vulgar,só se preza sentimentos e não agarra-se a primeira oportunidade a fim de derrubar seu irmão.
.Me enoja não fazer nada para desconcertar esse esquema de vida.Me enoja saber que as pessoas que virão serão cópias exatas das imundícies de nossa terra.Me enoja saber que esse tipo de gente existe e o mais impressionante é que sou eu.
.Eu ou você,cometemos pecados brutos e livre de qualquer desculpa.Meu erro foi ter nascido.Não mereço toda a culpa de o mundo ser um lugar destruído.Atribuo essas maldições aos grandes filósofos e principalmente aos pensadores.
.Se a maçã não fosse comida,Não seríamos tão levianos ao ponto de prestar favor ao dolo e privar todos à vida.Se não somos vegetais,vegetamos;Se não somos limpos,nos limparemos;Se não somos plástico,somos carne.Só isso não basta.
.Cruel é o capital que gira em torno de nossas cabeças.Maldito é o homem que primeiro levantou a mão ao seu pai e assim o matou pelo desrespeito prestado ao vosso poder.Que seja atirado às traças esse escarmento de Deus.
.Não venho com discurso religioso,mas espero resgatar o antigo mundo onde todos conviviam independente de seus gostos ou de seus vícios.Um mundo onde não se matavam por bobagem e não cometiam crimes.Saudades do mundo em que pessoas ainda eram gente.

O SALVAMENTO

.Foi o fim de mais um carnaval.A praia estava seca e nenhum sinal de gente ao mar.Subi em meu posto para ver o tempo passar daquela vista paradisíaca.Aos poucos,os turistas vinham beijar a praia pela última vez ou até o feriado mais próximo,assim dizem os paulistas.
.Nenhuma ocorrência para se preocupar;Nenhum maluco nadando naquela hora e o jeito seria relaxar.De tanto trabalho,o jeito de relaxar fora perdido.Eu sabia mesmo era como salvar pessoas de seus próprios medos.Sabia como privar seus desejos.Sabia como conquistar os outros com armas que todos escondem em algum lugar do inconsciente.
.A praia novamente deserta.A noite caiu e um friozinho peculiar pairou diante do mar.A névoa cercou a cabina de salvamento e por alguns segundos minha visão fora ofuscada por uma lanterna.Era um turista perdido.Perguntei-lhe o que faria ali uma pessoa às nove da noite.Ele me respondeu que precisaria encontrar um ideal.
.Vendo o desespero do rapaz,convidei-o para passear.Desci da cabina e fomos andando a beira mar.Santos seria a nossa parada.

Sem Título

.Eu ando procurando onde eu deixei a tua sombra.Eu vivo procurando onde deixei cair o seu sorriso.Hoje eu procuro por você e não encontro ninguém que me diga onde você está.Não consigo respirar sem saber se você está bem ou se você já foi lá fora hoje.
.Você atirou uma flecha no meu coração.Errou a flecha e ela perfurou a razão;Você deu uma facada no meu peito.Errou a faca e perfurou o meu coração.Não tenho culpa de nada o que está acontecendo.Lamento,não fui eu quem escolhi.Foi a mistura que chamamos de emoção.
.O sangue quente que em meu corpo corria,agora faz questão de andar e esfriou.Tamanha tristeza tomou conta de meu coração e começo a chamar por ti.Quando estou feliz,escrevo coisas alegres;Quando estou triste,descrevo minha tristeza nestas miseráveis folhas de papel.
.Quando o meu chão faltou naquele dia,fui tomado por um grande arrependimento.Eu não sei o que fazer,realmente.Acho que vou tomar um pouco de ar.Acho que vou tomar um bom café.Prefiro evitar,ao menos por enquanto,escrever sobre você.Te amo.

A OXIDAÇÃO DA IDENTIDADE

.As verdadeiras jaulas foram feitas para aprisionar o homem.Foram desenvolvidas para aprisiona-lo em sua própria caixa.Em seu crânio.O homem resolve todas as fórmulas deste mundo.Nem todas,pois não consegue abrir seu próprio cadeado.
.Tranca seus conhecimentos dentro de livros.é preciso apenas uma gota de água para rasurar sua vida.Vida não,trajetória incompleta.Trajeto esse que é feito por meios impensados e pensado(tudo!) por uma cabeça pensante.Como?Com atitudes e códigos,mutáveis ou imutáveis,que permitem a sua comunicação.Não permitem a abertura de seu cadeado.
.Uma vez humano,sempre contaminado.Uma vez preso,nunca livre.é assim que gira essa roda de vícios e pecados.Uma vez homem,jamais homem.Somos quem somos mas sem identidade.Somos números codificados em letras.
.Vários anos e nada de abrir.O cadeado até foi esquecido.E este esquecimento fez com que o cadeado oxidasse.E ele nunca mais abriu.Uma vez enferrujado,jamais cadeado.

FONOAUDIOLOGIA PARA MUDOS

Sexta-feira. Eu no meu pequeno escritório na clínica Ourocruz.Na tela do meu computador,alguns vídeos de animações alegravam um pouco minha vida sendo somados às gracinhas de André,meu enfermeiro chefe.Só hoje,atendi mais de vinte pessoas.Essas horas da noite,exatamente onze e quarenta,não costumo atender(Não costumava!).Um dia desses apareceu um casal de mudos(Sim,mudos!)fazia ali.Eu que sempre fui devoto de Santo Amaro e até carrego uma cruz comigo aqui “ó”.Bem,como um fonoaudiólogo recém formado,disse que atendia o par de mudos.
Na esperança de espantá-los daquele recinto, fui passando várias pessoas na frente e sempre, ao fim do horário, pedia que voltassem no outro dia. Comecei a notar que eles sempre pegavam uma “carona” com André. Decidi atendê-los dois dias depois, na minha casa.
Chegaram bem na hora do almoço. Que surpresa!Quando consultava os pacientes em minha casa, sempre chegavam a cima de uma refeição, visando somente o pecado da gula. Pensam que só porque sou médico sou rico. Pois estão errados!
Almoçamos. Ficamos mudos por algum tempo, até que forcei os velhinhos a abrirem o jogo. Um velho jogo de xadrez, que havia emperrado no meu aniversário de quatorze anos. Já jogando, para manter a comunicação, pedi ao casal que se comunicasse via bilhete. A cada jogada de xadrez, bilhetinhos eram escritos como: ”Pega essa!”, ”Seu otário”, ”Olha minha jogada” e todos precedidos de um palavrão, aleatoriamente escolhido pelos velhos.
Aquela tarde não me rendeu nada. Mas, ao menos, Aprendi com os velhos a jogar um bom xadrez, além da promessa escrita que a velha escreveu jurando ensinar-me a jogar poker.Foram embora á noite,levando alguns pastéis que minha esposa Silvinha havia preparado para os meninos.Assim que saíram,Silvia veio com várias perguntas e disse que queria o divórcio.
Dois meses depois, eu estava divorciado devido a dois pasteizinhos. E o mais interessante foi que quem fez o divórcio foi o velho. O infeliz era advogado!
Separado e infeliz, os velhinhos começaram a cuidar de mim. Caí na bebida. Quando eu chegava dos bares lá estavam os dois, contando piadas via bilhete. Enquanto um escrevia a piada, o outro escrevia o “risos! Risos!”. Que saco!Nem o pior momento de minha vida me respeitou. Até que em um dia, engasgada com um caroço de manga, a velha morreu. Foi triste. O velho gritava sons incompreensíveis. Muita emoção no enterro e a partir daí, o velho só escrevia no papel: ”snif!snif”.
Passou-se dois anos, o velho parou de escrever. Entregou-se ao mundo. Saía bêbado, chegava bêbado (Com mulheres!). Era o velho mais feliz do mundo. Não parava de sorrir.Só alguns meses depois descobri que tinha feito uma cirurgia plástica.De tanto sorrir,saiu em uma emissora de televisão.O nome do programa era “Faça o velho chorar”.Ninguém nunca o fez chorar,nem com a história de amor,que a senhora Nadja sabia.Ganhou o prêmio máximo de dois milhões de reais.Antes de morrer ele deixou um último bilhete onde estava escrito:Obrigado!