O SENHOR DAS CRÔNICAS (ATUALIZADO)

O SENHOR DAS CRÔNICAS (ATUALIZADO)
"Seu conceito sobre literatura"

sábado, 6 de março de 2010

INFANTUDE

Ali jaz a mesa de madeira
Que abrigou muitas casinhas
Onde sustentou a brincadeira
Das corriqueiras às estrelinhas


E a infância se fez justa
Posta e imóvel à puberdade
Não encarou a chuva aberta
E se manteve todo o tempo alerta


Corre,criança
Senta criança
Canta,criança
Pula e dança


Morre a criança
Nasce o caminho
Olha a criança
Com um doce na mão


Criança de amor
De criança o coração
E o carinho

Segredo Lunar

Eu olho para a lua
E na lua já não encontro
Seu brilho eterno em ponto
A tua figura nua


O sol não tem o teu brilho
Nem teu carinho latente
Corre lua,o sol teu filho
Fronte à estrela cadente


O teu segredo floresce
Nas bordas de teu pensamento
Lua morre,lua cresce
Desce o teu luar no vento


E a seguir lua triste
Branca como um floco de neve
Tudo que na lua existe
O poema não descreve

Não se pode escrever
Ou mesmo os entregar
Lua furiosa ao ver
O brilho que tem o mar

A lua majestosa

As nuvens não a tratam como merece
E uma tormenta de nuvens a penetra devagar
Seu clarão me ofusca,e parece penetrar
Sob finas fendas de malha,que nas nuvens a lua tece


A lua do poeta
A lua que nunca deita
Quando viro,noto que ela me espreita
Quando reviro minha cabeça,está a lua em linha reta

Me engana,lua
Vai seguindo as vielas frias
E levando as agonias
Da névoa da escura rua


E finda
E parece por um tempo
Lua lançaste um escarmento
Novamente a lua linda

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

VOCÊ QUE SEMPRE ME SEGUE...

.Esta noite,escutando uma música,lembrei-me de você.Chance de te conhecer,de conviver como uma família normal.Às vezes choro,não sei porque choro.Sei que te tenho em minha cabeça desde o dia que entendi o sentido da morte,se bem que acho que ainda não descobri.Foi uma grande desilusão perder alguém que nem mesmo conheci.
.Os anos se passaram com uma tormenta que segurei sozinho,sem ninguém me ajudar.Eu não queria ser ajudado.Eu não queria ser tratado como um órfão.Eu escolhi segurar esse fardo sozinho.Se pudesse voltar atrás acho que não evitaria isto,mas teria com certeza desfeito alguns males.
.Dizem que foste forte e elegante,que andavas com a honestidade em teu coração,não te conheci.Apenas sei que me segues,pois posso sentir teu caminhar.Posso sentir tua respiração lenta em meu ouvido,influenciando em cada escolha que faço.
.Lembro-me de quatro ou cinco cenas que vivi contigo,cenas breves.Queria que pudesse ver o quanto me esforço,o quanto tento ser o mais justo possível com todos ao meu redor.Queria dizer ao menos um te amo mamãe.
.Não sei porque mas,esta noite,lembrei que você sempre me segue...

Madrugada de moscas

Olho para o mar
Espio diante da noite a madrugada
Que mistério há nessa noite?
Nunca vi uma madrugada tão silenciosa.

Pois que será esta a madrugada das moscas
Dos putrefatos
Ninhos de moscas são feitos em lares
Assim como cobras são criadas em seus lençóis

Venta
Venta forte e não acaba
O fino cálice foi derramado na rede branca
Manchada pelo óleo de satã

As moscas nada tem a ver com essa noite
Um vulto foi visto
Um rato grande caminha em minha direção
São os bosques que escondem esta porção extra de canabis.

Gremy

.Marcos acordou dentro de seu caminhão,sem a sombra de Gremy.Seria mais um dia como qualquer um dia naquela cidade falida,naquele comboio de desgraças.Queria Marcos realmente um motivo para sentir-se valente segundo seus conceitos de valentia.Abandona teu caminhão Marcos e vá atrás de Gremy.E disse aquela voz em sua cabeça que caso fosse,teria de desistir de todos os seus sonhos referentes ao caminhão.
.Teria coragem Marcos,teria a coragem de salvar Gremy de seu mais terrível pesadelo:Aquele mosteiro em sua mente.Gremy se perdera em sua própria cabeça e pedira uma ajuda a quem pudesse ouvir.Marcos preferiria o caminhão,o caminhão preferiria a estrada,a estrada preferiria seus pneumáticos.E nada que preferisse resgatar Gremy de sua selva mental.
.Passam-se os dias e a dor que habitava Gremy agora se torna ódio das escolhas de Marcos.Cambaleia um pouco para direita a fim de achar uma faca que pudesse fazer um ferimento grave em seu pulso.Gremy hesita,depois aceita a decisão de temer o medo mas corromper a vida.Querendo apenas viver,corta os pulsos sendo observada por Otálio.
.Marcos nada soubera enquanto viajava ao seu amado rio.Gremy sangrava muito e olhava Otálio a lamentar sua morte tão precoce:
-E tudo isto por causa de um ideal!
-Confiava que pudesse me ver ao menos na morte,mas me enganei.
-Podia fechar os olhos para esta grande palhaçada.
-Palhaçada que custa minha vida.
-Grande idéia a sua.
-Agora vá e deixe-me definhar em paz
.Nunca atendeu este pedido.Aliás,até que ajudou a sarar o ferimento no pulso.Marcos agora consciente da situação de sua Gremy,quebrou o gelo de seu conjunto caminhão e deu a volta querendo voltar.Como em um golpe de ciúmes,o veículo parou.Era o fim de sua vida ao lado de sua Gremy.
.Danou-se Otálio a procurar medicamentos em sua casa.Gremy ainda sangrava pelo lado esquerdo.Seu sadismo visto em seu próprio corpo em nada espantava aquele homem frio,visto que sua arte era vista como uma doença mental.
.Estava decidida.Haveria de por um basta em seu casamento frustrada.Era sol,mar e nuvens no céu.Gremy saiu de casa e observou o caminhão parado.Era Marcos.Saiu do caminhão e deu-lhe um beijo.Tudo voltara ao normal,tudo seria como antes.As noitadas com Otálio não cessariam.Sua doença fora reanimada com a chegada de Marcos.Mais uma vez vreiu-se um sorriso no rosto de Gremy,que tinha prazer em o trair.

FORCAS DOS INVERNOS

Olho a janela e vejo
Ao tomar parte de um anjo
Coberto de neve meu banjo
E mais uma música desejo

Que saudade dos dias
Dos verões com Milena
E aquela corda pequena
Que separava sonhos realizáveis de fantasias

E a latir meu nobre cão dispunha
Sem sentir o frio daquela névoa chamuscada
O anjo agora trazia a proclamada
Milena a tudo aquilo se propunha

Sentava naquela cadeira
E esfriava os pés na porta do quintal
Viola em mão imitando um festival
Cabeça quente aos pés de uma lareira

E o cão já não ladrava como o dono
Dentre o silêncio ao sonho ele latia
Devagar o seu uivo tremia
Temendo o crime daquele abandono

Sabia ao certo que tristeza era
O cão deitado beirando a cadeira
E o fogo gritando dentro da lareira
Diria “Pedro,esta é tua pantera!”

E obedecia
Queria um banco para queimar naquele inferno
Talvez de trapos fosse aquele terno
Idiota era aquele que o merecia

Era o amor de Milena que estava em jogo
E o sufoco me mantinha calado
O fogo quente ,mormaço e abafado
Foi da pantera que saiu o corvo

E ainda se via aquele anjo
Chorava rosas em meio ao inverno
Vestia do idiota aquele terno
Esquentara no inverno,as cordas de meu banjo.

Exposição da carne segundo o mundo

.Pois nunca entendi esse jeito de viver.Passar noites varadas em frente ao bar,esconder-se de dia.Vampiros loucos por um pouco de dignidade.Não me entendam mal,mas creio que há métodos tão mais propícios.Sempre escolhem o mais fácil,e selam isso com uma noite em frente ao bar...
.Voltam para casa com os bolsos estufados de dinheiro;Sem sorte,outros voltam apenas com a roupa do corpo para casa.Quando tem casa!
.Vão a rua,mesclam-se com as pessoas.São apenas alguns seres que não fazem diferença alguma em viver ou morrer neste mundo de vampiros.Sanguessugas o tratam como um mundo perfeito.Já esses seres,impotência governamental!
.Isto é uma calúnia!
.Na verdade,pode-se ter a calúnia verdadeira.Uma mentira que de tanto falado pelo povo,tornar-se-á verdade.São os vampiros que impedem o sucesso desses monstros sanguessugas.Talvez pudessem migrar para uma terra só deles.
.Se eu não fosse tão conservador,diria ao autor para mudá-los a um termo melhor.Não pecarei ao dizer que são pessoas como nós.Se ao menos tivessem uma chance.Outros,são por escolha.

Barracas de ébano

Onde estiver
Onde deve de estar
Leves tu as ondas do mar
E a esperança de um vier


Não acredito que um dia
Seremos mais que os demais
Entendo no mais
Que com um sorriso,um dia,eu sorria


E de tudo podemos ter
Assim que se divida
Pois aquele que as convida
Seu mistério não pode ver


As barracas de ébano
São como diamantes em rocha
Na corrente de fogo,a tocha
Que as queima sem qualquer critério


O futuro das barracas
É como a lava em mar
Quebra a se petrificar
E se transforma em ilhas opacas


Coser bem a vida
Para que não caia a vontade
De ébano,a felicidade
A alma está mais querida


Em toda tua existência
Não crer que não podes vencer
Pois com este verso ter
O primórdio da experiência

Apenas encarnar as bolhas
Que nunca voaram depois do céu
Apenas estouram no papel
Mas nunca chacinar as escolhas