Olho a janela e vejo
Ao tomar parte de um anjo
Coberto de neve meu banjo
E mais uma música desejo
Que saudade dos dias
Dos verões com Milena
E aquela corda pequena
Que separava sonhos realizáveis de fantasias
E a latir meu nobre cão dispunha
Sem sentir o frio daquela névoa chamuscada
O anjo agora trazia a proclamada
Milena a tudo aquilo se propunha
Sentava naquela cadeira
E esfriava os pés na porta do quintal
Viola em mão imitando um festival
Cabeça quente aos pés de uma lareira
E o cão já não ladrava como o dono
Dentre o silêncio ao sonho ele latia
Devagar o seu uivo tremia
Temendo o crime daquele abandono
Sabia ao certo que tristeza era
O cão deitado beirando a cadeira
E o fogo gritando dentro da lareira
Diria “Pedro,esta é tua pantera!”
E obedecia
Queria um banco para queimar naquele inferno
Talvez de trapos fosse aquele terno
Idiota era aquele que o merecia
Era o amor de Milena que estava em jogo
E o sufoco me mantinha calado
O fogo quente ,mormaço e abafado
Foi da pantera que saiu o corvo
E ainda se via aquele anjo
Chorava rosas em meio ao inverno
Vestia do idiota aquele terno
Esquentara no inverno,as cordas de meu banjo.
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